O que é Diácono - IPB - Diaconia 1 O que é Diácono - IPB - Diaconia

29, nov, 2019 | Uncategorized

O que é Diácono – IPB – Diaconia

O que é diácono

Introdução

Cremos que o Senhor Jesus depois de concluir seu ministério público, retornou à destra do Pai (At 1:6 – 11 e 7:56). Os cristãos não ficaram órfãos, pois o Espírito Santo foi enviado para cuidar da Igreja (At 2:1 – 4). Devido o crescimento numérico e qualitativo, tornou-se necessário estruturar – organizar o grupo, depois grupos (At 6:1-7). O Espírito Santo concedeu dons espirituais aos cristãos (I Co 12:4 e 11), entre eles o de “ministério” – serviço (Rm 12:7). 1 – Definição: “Diácono: servo, garçom, agente, auxiliar, ajuda¹” Alguns estudiosos preferem usar a expressão “serviço” em lugar da palavra “ministério”, já que esta última se tornou “chavão – jargão” religioso (Ministério de Louvor; Ministério de Libertação etc.).

O dom de serviço é a capacidade especial que Deus dá a certos membros do corpo de Cristo, a fim de identificar as necessidades não satisfeitas envolvidas em alguma tarefa relacionada à obra de Deus, e fazendo uso de recursos disponíveis para satisfazer àquelas necessidades de ajuda, obtendo assim os alvos desejados².

2- Qualificações

2.1- Atos dos Apóstolos 6:1-7

– A Igreja estava crescendo de maneira maravilhosa. – Surge uma crise na comunidade, já que os helenistas – “Os gregos aqui mencionados eram judeus que tinham vivido no estrangeiro e falavam a língua, grega. Ela era vista como um anexo do judaísmo e as pessoas tinham de tornarem-se judias para terem direito aos privilégios dela³”. -Reclamavam contra os hebreus, alegando que as viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. – A solução para resolver o problema. “Os doze reconheceram que era grande demais o seu fardo de trabalho, e que estavam sendo desviados do seu dever primário. É digno de nota que se procurava qualificações espirituais nos homens nomeados para tais tarefas dentro da igreja. Não se sugere necessariamente que servir às mesas está num nível mais baixo do que as orações e o ensino; a ênfase dirige-se ao fato de que tarefa à qual os Doze foram especificamente chamados era de testemunho e evangelização”. – Convocaram uma reunião; elegeram sete homens; instalados mediante a imposição das mãos indicando um revestimento de autoridade. – Interessante notar que houve “convocação” (At 6:2), “orientação” (At 6:3), “eleição” (At 6:5) e “ordenação e instalação” (At 6:6).

Novas situações requerem novas soluções, novas providências, novas organizações, novos métodos; e acima de tudo, novos homens. Para essa nova necessidade ou situação, pois, foram convocados novos homens, os quais se tornaram os primeiros diáconos da Igreja cristã ⁵.

– Podemos deduzir que os recursos da distribuição diária, para suprir as necessidades das viúvas, vinham das pessoas que vendiam suas propriedades e levam aos pés dos apóstolos (Atos 4:32 – 35) e, também, de doações⁶. – É interessante notar que a Igreja continuou crescendo e, resolvido o problema, com a diminuição das murmurações, o efeito do trabalho dos sete foi positivo.

(…) a Igreja crescera enormemente, e a obra da beneficência chegara a tais proporções que estava tomando muito tempo aos apóstolos. Estes tinham outra coisa para fazer. Eram eles que tinham conhecimento de primeira mão da preciosa história de Jesus. O único meio de fazê-la conhecida era a palavra falada. Não deviam permitir que nada, ainda que importante, os desviasse dessa tarefa. Seu único dever seria continuar contando a história⁷

– Boa reputação: “Não deveriam ter-se envolvido em qualquer escândalo que lançasse qualquer reflexo adverso sobre sua moralidade ou honestidade”. – Cheios do Espírito: Teriam que observar, em primeiro lugar, conversão sincera, uma verdadeira transformação de vida. Depois, o andar no Espírito, se submeter ao Senhor em todas as áreas de sua vida. – Cheios… de sabedoria: Deveriam ser conhecidos como homens de interesses humanitários, que promovessem o seu ofício e apresentassem soluções equilibradas aos muitíssimos problemas Inclusive saber tratar com os murmuradores, estando certos ou não. Também administrar a distribuição de forma responsável para outras pessoas que necessitavam, já que a igreja recebe pessoas de todas as idades.

Essa sabedoria também seria de ter um aspecto espiritual, Fazendo com que olhassem para seus semelhantes com espírito de amor, de ternura e de bondade, sempre considerando seu destino espiritual e eterno, visando o avanço e o desenvolvimento espiritual de suas almas¹⁰.

2.2- I Tm 3:1-13.

A expressão ‘semelhantemente”, usada pelo apóstolo Paulo (3:8), orienta que tanto os bispos (presbíteros e pastores) e diáconos precisam apresentar certas qualificações essenciais para assumirem as devidas tarefas.

I Tm 3:8

– respeitáveis: “Adjetivo este que abrange ao mesmo tempo o temperamento interior e a postura exterior”¹¹. – de uma só palavra: “não com conversa dupla”. Necessidade de a pessoa ser confiável; ser o mesmo, independente do local ou grupo de pessoas com as quais convive. Não dizendo uma coisa enquanto estiver pensando outra. Não dizendo uma coisa a um homem e outra coisa a outro. – não inclinado a muito vinho: a embriaguez é uma prática imprópria para um servo do Senhor, principalmente para homens que exercem liderança. – não cobiçosos de sórdida ganância: visa levar vantagem; mercenário.

I Tm 3:9

– conservando o ministério da fé com consciência limpa: mais importante de tudo, no entanto, os diáconos devem ser homens de convicção cristã. Já que o ministério da fé é equivalente à totalidade das verdades ocultas, inacessíveis à razão e divulgadas somente pela revelação divina¹².

I Tm 3:10

– experimentados: “provavelmente esta não seja uma alusão a um período específico de teste, mas um exame cuidadoso de sua conduta e comprometimento ao são ensino¹³”. – irrepreensíveis: “essa expressão não significa ‘sem pecado’, o que desqualificaria cada um, mas ‘acima de reprimenda escandalosa¹⁴”;

I Tm 3:11

– quanto a mulheres: “São, provavelmente, as esposas dos diáconos ou, de fato, diaconisas¹” – sejam elas respeitáveis: se queremos respeito precisamos respeitar as pessoas com as quais convivemos, seja no lar, igreja ou na sociedade. – não maldizentes: não podem ser mexeriqueiras, fofoqueiras e maliciosas. – temperantes: evita o extremo; uma pessoa tratável. – fiéis em tudo: fidelidade ao Senhor, ao esposo e em outras áreas da sociedade.

I Tm 3:12

– marido de uma só mulher: “essa difícil expressão tem sido compreendida como uma proibição poligamia, novo casamento após um divórcio ou infidelidade marital. Considerando-se a imoralidade generalizada no mundo greco-romano, parece que a última das interpretações é que melhor se enquadra no enfoque de Paulo¹”. – governe bem seus filhos: a família é o mais lindo fruto da nossa vida e traduzem na prática nosso cuidado e dedicação. – governe bem a sua própria casa: podemos lembrar que é necessário administrar com responsabilidade todas às áreas.

3 – Características de um Diácono

Logo que comentamos sobre esse dom, lembramo-nos do ofício de diácono (Fl1:1), pois os cristãos que desenvolvem esse trabalho nas igrejas precisam necessariamente estar dispostos a “Servir”. Isso é ministério: e gente apoiando, servindo, estimulando, aquecendo os irmãos. Trata-se, portanto, de um dom geral. Tem a ver com o serviço em geral, com a diaconia como um todo. Isso vai do servir mais simples até o mais sofisticado¹. Sabemos que é muito importante, como também responsabilidade, que todos os cristãos se disponham a servir. Entretanto, é razoável que pensemos que há pessoas no Corpo de Cristo com mais capacidade nessa área, pois foram dotados pelo Espírito Santo para desenvolverem com mais êxito esse trabalho.

Todo o clérigo começa como diácono. Isso é uma verdade. Mas ele jamais cessa de ser um diácono. O ministro continua sendo um diácono. Cristo veio como diácono, viveu como diácono e morreu como diácono¹⁸.

3 – Características de um Diácono

Os cristãos que receberam o dom de “serviço – diaconia”, na maioria das vezes, é reconhecido por algumas características que sinalizam que ele realmente é portador deste dom. Exemplos: – responsável: assume e realiza tarefas; – participativo: procura sempre estar nos trabalhos religiosos; – apresenta atitudes saudáveis; evita contendas; – quando critica é para melhorar e não para tumultuar; – não é omisso, pois sempre está disposto a ajudar, chamando a responsabilidade; – paciente; submisso; – criatividade em resolver as situações; amoroso; – o mesmo antes ou depois da eleição: não muda da “água pro vinho”; quando está próxima a eleição “parece que avivou”; – percebe as necessidades que surgem no dia-a-dia; – possui um profundo interesse e desejo de ajudar outras pessoas; – evita dificultar o atendimento, ou seja, suas ações são objetivas e práticas; – é sensível para perceber problemas nas instalações da igreja e tomar as providências necessárias (janela quebrada, torneira vazando, fechadura com defeito, luzes acesas, problemas no pátio etc.) – precisa ser paciente porque trabalha com pessoas; – dedicado: cumpre suas tarefas, não espera outros para realiza-las; – providencia outras pessoas para substituí-lo, caso seja necessário; – apresenta disposição em suprir necessidades, mesmo que tenha de usar fundos pessoais; – fica satisfeito com alvos em curto prazo e frustração com alvos em longo prazo; – tem o discernimento para perceber quando alguém está mal intencionado a solicitar alguma ajuda; – precisa ter visão de trabalho; – realiza tarefas do seu jeito, muitas vezes sem ser convidado;

Este é um dom que capacita o recipiente a ser extremamente sensível às necessidades pessoais e alheias. A pessoa que possui este dom demonstrará profundo interesse e desejo de ajudar a outro irmão ou irmã, por formas práticas, de sorte que possam ser libertadas para a prestação de um serviço mais importante e eficaz. Tal pessoa não levará em consideração, também, o conforto e as conveniências pessoais para que as necessidades alheias sejam satisfeitas”¹⁹.

Funções de um Diácono

Como somos membros da Igreja Presbiteriana do Brasil, informaremos as orientações mais essenciais que o “Manual Presbiteriano” da nossa denominação apresenta sobre Diáconos.

ESTATUTOS DA “I.P.B.”

REGIMENTO INTERNO DA JUNTA DIACONAL

Art. 1 – A junta Diaconal constituída de todos os diáconos da Igreja Presbiteriana coordena as funções estabelecidas na CI/IPB e rege-se pelo presente regimento. Art. 2 – Compete à Junta Diaconal coletivamente e aos diáconos individualmente: a) Tomar conhecimento da existência de necessitados principalmente entre os membros da Igreja, visitá-los, instruí-los e confortá-los espiritualmente, bem como auxiliá-los nas suas necessidades dentro das possibilidades da Igreja, examinando cautelosamente a fim de verificar a real existência das necessidades alegadas; b)) Dispor para esses fins dos recursos votados pelo Conselho e das ofertas especiais. Determinar no início de cada ano a quantia máxima que o diácono poderá aplicar individualmente, por mês, no socorro urgente do necessitado; c)Examinar os casos de pretensões a lugares gratuitos em hospitais e orfanatos recomendando ou não a assistência pretendida; d) Tomar conhecimento da existência de enfermos, entre membros e aderentes da Igreja, visitá-los e confortá-los em caso de necessidade; e)Comunicar aos presbíteros e ao pastor a existência e as condições dos enfermos. f)Manter em dia com meticuloso cuidado a lista e os endereços das pessoas que estão recebendo auxílio da Junta; g) Recolher as ofertas dos membros e amigos da Igreja, contá-las e encaminhá-las imediata e diretamente à tesouraria; h) Dar todo o apoio coletivo e assegurar o apoio individual dos diáconos aos planos econômicos ou financeiros adotados pelo Conselho da Igreja de modo que sejam propagados com entusiasmo e realizados com toda a eficiência; i) Verificar se estão em ordem as causas referentes ao culto como também os objetos da Santa Ceia e do batismo e recolhimento das ofertas; j)Observar a ordem conveniente nos pátios e arredores do templo desde a rua até as dependências internas; k) Evitar de modo absoluto que haja reuniões em outras salas ou palestras entre membros da Igreja ou simples assistentes, dentro do templo ou nos pátios, durante as horas de culto.
Art. 3 – A Junta Diaconal executará as suas funções de acordo com os seguintes princípios:
a) Reunir-se-á uma vez por vez por mês ou, no mínimo, de três em três meses, para ouvir a leitura da ata da reunião anterior e relatório dos diáconos, estudar a situação da obra diaconal, consertar planos etc.; b) A diretoria da Junta Diaconal compor-se-á de presidente, vice-presidente e secretário, eleitos anualmente; c) A Junta Diaconal organizará escalas de diáconos para o recolhimento das ofertas e para os demais serviços da sua competência; d) Estudar e sugerir ao Conselho planos de movimentos especiais, para reforço da receita anual; e) Para os trabalhos fora do templo como visitas, investigações dos necessitados etc., devem os diáconos, de preferência ser enviados de dois a dois; f) Sempre que o ambiente o permitir os diáconos, nas visitas, deverão orar e ler trechos da Palavra de Deus, como também instruir os crentes sobre o privilégio da contribuição; g) Enviar trimestralmente ao Conselho relatório de suas visitas e outras atividades; h) Enviar anualmente o livro de atas e o relatório geral para apreciação e aprovação do Conselho.
Art. 53 CI/IPB – O Diácono é o oficial eleito pela Igreja e ordenado pelo conselho, para, sob a supervisão deste, dedicar-se especialmente:
a) Arrecadação de ofertas para fins piedosos; b) Ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; c) À manutenção da ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço Divino; d) Exercer a fiscalização para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências.

4 – Responsabilidades dos Membros da Igreja:

As responsabilidades dos membros são muitas e precisam ser praticadas com muito carinho e apreço. Nós que convivemos com os diáconos precisamos estar atentos para respeitá-los e sermos companheiros, procurando ajudá-los, lembrando que eles não são perfeitos, como também não somos, por isso precisamos nos esforçar para sermos instrumentos de benção do Senhor.

ESTATUTOS DA “I.P.B”

Capítulo III – MEMBROS DA IGREJA

Seção 1ª __ Classificação, direitos e deveres dos Membros da Igreja. Art. 12 __ Os membros da Igreja são: comungantes (são os que tenham feito a sua pública profissão de fé) e não comungantes (são os menores de 18 anos de idade, que, batizados na infância, não tenham feito a sua pública profissão de fé). Art. 13 __ Somente os membros comungantes gozam de todos os privilégios e direitos da Igreja. & 1ª _ Só poderão ser votados os maiores de 18 anos e os civilmente capazes. & 2ª _ Para alguém exercer cargo eletivo na igreja é indispensável o decurso de seis meses após a sua recepção; para o presbiterato e diaconato, o prazo é de um ano, salvos casos excepcionais, a juízo do Conselho, quando se tratar de oficiais vindos de outra Igreja Presbiteriana. & 3ª _ Somente membros da Igreja Evangélica, em plena comunhão, poderão tomar parte na Santa Ceia do Senhor e apresentar ao batismo seus filhos, bem como os membros sob sua guarda. Art. 14 __ São deveres dos membros da Igreja conforme o ensino e o espírito Nosso Senhor Jesus Cristo: a) Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; c) Sustentar a igreja e as suas instituições, moral e financeiramente; d) Obedecer às autoridades da Igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras; e) Participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembleias.

Considerações Finais:

7- Manual Litúrgico da IPB:

Prestemos muita atenção na promessa que o apostolo Paulo relatou ao escrever a Timóteo, a respeito dos diáconos: “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançaram para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus”. (I Tm 3:13)
Pastor Miguel Munhós – 01/12/ 2019
Fontes: 1 F. W. Gingrich e F. W. Danker, Léxico do N. T. Grego/Português, 1991, p. 53. 2 C. P. Wagner, Descubra seus Dons Espirituais, 1995, p. 228. 3 F. B. Weyer, Comentário Bíblico Devocional, 1993, p.130. 4 Howard Marshall, Atos: Introdução e Comentário, 2001, pp. 121 e 123. 5 R. N. Champlin, O N. T. Interpretado Versículo por Versículo, Vl. 3, 1995, p. 130. 6 Idem, p. 129. 7 H. H. Halley, Manual Bíblico, 1993, p. 498. 8 R. N. Champlin, O N. T. Interpretado Versículo por Versículo, Vl. 3, 1995, p. 130. 9 Idem. 10 Idem. 11 J. N. D. Kelly, I e II Timóteo e Tito: Introdução e Comentário, 1986, p.83.12 Idem. 13 Bíblia de Genebra, 1999, p. 1445. 14 Idem, p. 1445. 15 Idem 16 Idem, p. 1457. 10 Idem. 11 J. N. D. Kelly, I e II Timóteo e Tito: Introdução e Comentário, 1986, p.83. 17 Caio Fabio Daraújo Filho, Espírito Santo: O Deus que Vive em nós, 1993, p. 122. 18 R. N. Champlin, O N. T. Interpretado Versículo por Versículo, Vl. 3, 1995, p. 130. 19 Selwyn Hunhes, Meu Lugar no Corpo de Cristo,1993, p. 22.

3 Comentários

  1. Muito bom o material.

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    • Excelente!!! O texto e os artigos citado estão pra mim perfeitamente embasado nas Escrituras Sagradas.

      Foi muito esclarecedor e abençoadora!

      Responder
  2. Graça e Paz, muito esclarecedor e abençoado.

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